terça-feira, 25 de março de 2008

Política - Emancipação em Marx

Marx e a emancipação humana

Considerando as formas de alienação e dominação religiosa, política e econômica, pode-se dizer que a questão nuclear da filosofia política do Marx é a emancipação humana e que a consolidação dessa matriz do seu pensamento se dá através de uma novidade − a exigência de que tal busca aconteça, concomitantemente, no plano das criações conceituais e da ação política transformadora.
Nos Manuscritos econômico-filosóficos, Marx expressa com clareza a sua idéia de que a emancipação humana se daria pelo reencontro do homem com ele mesmo. A superação da alienação passa, necessariamente, pelo rompimento dos elos de dominação do sistema capitalista, da propriedade privada e pela instalação do comunismo. "O comunismo é a supra-sunção (Aufhebung) positiva da propriedade privada, enquanto estranhamento-de-si (Selbstentfremdung) humano, e por isso enquanto apropriação efetiva da essência humana pelo e para o homem". (MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos. p.105)
z 220 Filosofia Política Ensino Médio
A questão de Marx é que a alienação produzida pela propriedade privada na ideologia e nas formas de dominação do capitalismo separa o homem, enquanto indivíduo, da sua condição e consciência genérica e, portanto, da sua capacidade de construir uma vida política. Ora, sem a ação política, a liberdade individual torna-se uma impossibilidade ou, no máximo, toma a forma de uma ilusão.
A emancipação só pode ser concebida em termos da conquista da igualdade. Nesse sentido, a liberdade política significa poder político do povo, em sua oposição ao poder do Estado de direito burguês.
Marx faz a crítica ao Estado, sobretudo no que se refere ao formalismo jurídico. A igualdade é garantida na lei, mas a lei não se efetiva na prática. A objeção de Marx é que esse formalismo estatal que se apresenta, aliás, como meio de emancipação política, não passa de uma ilusão, porque mantém o indivíduo alienado, porque não promove a esfera realmente pública e a cidadania.
Atividade:
- Quais os fatores que contribuem para a alienação/controle da população? Como reverter essa situação?
Referência Bibliografica:
Livro didático publico do estado do Paraná
Filosofia > Filosofia Política > A democracia em Questão

BIOÉTICA - TRANSGÊNICOS

TRANSGÊNICOS SÃO DO BEM. TRANSGÊNICOS SÃO DO MAL

Trans = Modificados
Gênicos = genes

- Embora a primeira vista o fato de cientistas estarem manipulando, alterando e selecionando plantas "melhores" possa parecer algo assustador, isso se deve ao fato de não entendermos ainda a história da ciência e do homem.
O homem sempre buscou selecionar dentre as plantas aquelas melhores em relação as demais. Podemos constatar isso desde as primeiras tribos humanóides, onde era feito a seleção dos grãos mais sãs para serem plantados. Escolhia-se dentre os grãos disponíveis aqueles que apresentavam características visuais melhores (sem manchas, lisas, plantação com antecedente produtivo, resistente a ervas daninhas, etc). que as demais.
No século XIX o Monge Mendel (1822-1884) vai dar inicio a genética moderna, a partir do famoso experimento com ervilhas, onde buscava-se uma ervilha que fosse mais resistente e mais produtiva.
Com o avanço da ciência genética em meados do século XX (principalmente após a descoberta do DNA em 1953), os cientista buscaram selecionar/alterar as plantas em laboratório, diferentemente do que ocorria até então, quando a seleção não envolvia processos químicos, alteração de genes. Portanto a seleção genética não é algo moderno, o que há de moderno é que agora utiliza-se novas técnicas (manipulação genética) nunca antes usadas e por isso nunca pensada de forma filosófica.

OBJETIVOS DOS TRANSGÊNICOS: 1ª Geração: Melhoramento de plantas (principalmente grãos: soja, milho, arroz, feijão, etc) com o objetivo de conseguir plantas que resistam mais a pragas e tenha boa produtividade (quantidade plantada x quantidade colhida).
2ª e 3ª Geração: Produção de remédios através da alteração genética das plantas (aumentar a produção de vitaminas nas plantas, inserir outras que não fazem parte de sua carga genética, ex.: soja com hormônio do crescimento [atualmente produzido pela Embrapa]).

A produção de alimentos transgênicos ganha impulso a partir de 1990, quando os produtores passam a plantar sementes geneticamente modificadas (algodão, arroz, batata, tomate, etc.). Um exemplo muito interessante é o do tomate Flaur Sour que possui maior resistência a pragas, bactérias, fungos, e demora-se muito mais tempo para apodrecer.

Segundo defendem os cientistas, com a produção de alimentos transgênicos obteremos vários benefícios, como diminuir o número de doenças presentes nas pessoas, além de ACABAR COM A FOME MUNDIAL, uma vez que, será possível produzir muito mais alimento do que atualmente é produzido.

PROBLEMAS DOS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

A principio a produção de alimentos transgênicos visa trazer benefícios, no entanto esses benefícios ainda não estão bastante definidos, e não compensam os malefícios.
1º Problema: INDUSTRIAS CAPITALISTAS: Grandes empresas como Monsanto, Bünge e Bayer, maiores produtores de grãos do mundo, e que, atualmente trabalham com produtos transgênicos, não visam apenas o melhoramento da safra, da planta, mas vão além, buscam alterar os grãos de forma que, possa garantir o consumo cada vez mais constante do produto. Ex.: Não basta produzir um bom chocolate, é preciso que o cacau seja alterado modificado geneticamente de forma que possa viciar as pessoas a querem comer mais chocolate, assim pensam as grandes empresas. No caso da Bayer (produtora de medicamentos), há interesse que os alimentos de certa forma tragam malefícios a população, pois a empresa sobrevive da venda de medicamentos, e uma vez não havendo doentes, também não haverá lucro para as empresas.
Segundo dados da autora, nos Estados Unidos as chances de se comer um produto geneticamente modificado é de 100%, no Brasil isso gira em torno de 40%. Ou seja, a possibilidade de estar consumindo um produto transgênico que tenham proveniência dessas empresas é muito grande.
No site do Greenpeace.org.br há a lista de produtos que são vendidos no Brasil que são feitos a partir de plantas transgênicas, e que, advêm das grandes multinacionais (como Bünge e Monsanto).
Embora desde 2005 (com a aprovação da lei de Biosegurança) o governo exija que os alimentos transgênicos sejam identificados, na prática isso não ocorre. Isto porque, essas grandes empresas não são produtores finais dos produtos, por isso não tem a obrigação de identificar o produto (enlatado). Ja a empresa que produz o enlatado não planta a matéria prima, por isso também não pode garantir a origem do produto, ou seja, nesse jogo de empurra empurra o povo continua ingerindo produtos que nem sempre fazer bem a saúde.
2º Problema: CONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA: Na primeira geração de transgênicos busca-se cultivar plantas que sejam mais resistentes a pragas, ervas daninhas, bactérias e fungos, no entanto após a primeira safra de transgênicos, as pragas mais fracas terão morrido, no entanto as mais fortes sobreviverão. Na segunda safra, as pragas já terão se reproduzido, tornando-se mais potente na destruição da planta, conseqüentemente morrem menos. Isso aumenta com o passar das safras, até o ponto que teremos uma raça de super pragas e as alterações genéticas já não serão suficiente, o que exige outra manipulação e ingestão de alterações mais eficazes contra as pragas. Ou seja, com isso o problema não é resolvido, ao contrário, temos cada vez mais plantas mais alteradas geneticamente e super pragas nas lavouras.
O problema de se ter plantas com muitas alterações genéticas, é que, pequenos insetos, aves, etc. pegam o pólen dessas plantas e carregam para outros tipos de plantas, e ainda não se sabe quais os efeitos que um gene modificado numa soja pode ocasionar numa plantação de arroz. Além disso, há o perigo de se matar mais insetos ou outros animais que não estavam na lista “negra”, exemplo do milho Bt que foi alterado geneticamente para resistir a lagartas, no entanto borboletas entraram em contato com a plantação e também morreram, ou seja, ouve todo um desequilíbrio da cadeia alimentar por causa da manipulação genética da planta.
3º Problema: RECPÇÃO PELOS HUMANOS: Não se sabe com exatidão de que forma o nosso corpo recepciona os genes modificados geneticamente, os estudam ainda não conseguem comprovar que nossa estrutura genética também não é afetada pelos genes trans. Portanto, pode ocorrer que ao invés de curar doenças o alimento cause outras doenças genéticas que a pessoa não tinha.
Portanto, diante desse quadro a única conclusão que podemos chegar é: Ainda é muito cedo para dizermos com certeza se os alimentos transgênicos são do bem ou são do mal. No entanto, será que as pessoas comeriam batatas de lanchonetes famosas, chocolates que se pede mais se soubesse a que ponto estão as pesquisas com transgênicos.
Referência Bibliográfica
CARDOSO, Fatima. Transgênicos são do bem. Transgênicos são do mal. Ed. Terceiro Nome, Ed. Mostarda. São Paulo: 2005
ATIVIDADE:
Escolha uma das posições abaixo e justifique sua escolha.

1) A ciência deve estar a serviço do bem comum, portanto, é a sociedade que deve ditar ou determinar os caminhos que a ciência deve percorrer.
2)Na busca de resultados, os cientistas devem ser livres de impedimento morais, religiosos e políticos para fazer qualquer experiência, utilizando-se de qualquer método, pois com entraves morais não há avanço científico.

terça-feira, 11 de março de 2008

Bioética - células troncos


O que é?
Célula (mãe) que possui a capacidade de se transformar em qualquer outro tipo de célula do corpo humano.

Objetivo pesquisa:
Tratamento de doenças genéticas – Reprodução (Clone)

No Brasil, foi aprovado pesquisas com células troncos, a partir de 24 de Maio de 2005, através da lei de Biosegurança 11.105/2005.

Banco de Genes:
Estoque de embriões em fase não fetal, que permite isolar e alterar os genes das células troncos.

Acredita-se que essas pesquisam possam dar nova oportunidade de vida à pessoas que sofrem de doenças genéticas, como cânceres, ou ainda, possibilitar a criação de órgãos sobressalentes como coração, fígado, rim, olhos, dentes, etc. Outro beneficio que as pesquisas podem trazer, é a possibilidade de clonar seres humanos, possibilitando que mulheres estéreis possam realizar o sonho de serem mães.

O atual estágio das pesquisas mostra que, embora em alguns casos o clone de fato ocorre, ainda não se sabe exatamente como isso funciona. O mesmo ocorre com os órgãos sobressalentes, embora já tenha noticiado que foi possível transformar uma célula tronco em órgão (Ex.: Rim), os cientistas não sabem exatamente como isso ocorre, dificultando assim um controle exato sobre o processo.

O que os testes mostram é que, na maioria das vezes a manipulação da célula tronco (alteração/manipulação/reorganização do DNA) não traz o efeito desejado, ou seja, o que acaba crescendo é uma bola de carne com todos os órgãos desorganizados (cabelo, dente, ossos, olhos, etc, os chamados tumores) que os cientistas chamam de “testes negativos”. Não custa lembrar que no primeiro caso famoso de clonagem (A ovelha Dolly) foram necessários 277 testes para conseguir o clone, ou seja, em 276 vezes o resultado da manipulação genética não foi o desejado.

Além dos problemas técnicos que as pesquisas de células troncos enfrentam, outro fato tem ganhado importância nas pesquisas, é a questão sobre a ética dessas pesquisas. Também conhecido como Bioética (ética sobre o estudo/manipulação da Vida).

Baseado numa tradição Cristã acredita-se que a vida do ser humano é algo sagrado e não se pode violá-la, no entanto não há um consenso de o que é ser um Ser Humano, ou seja, a partir de que momento podemos dizer que um determinado pedaço de carne (orgânico, vivo) adquiriu o status de Ser Humano, e por isso não podemos violá-lo.

Histórico (origem da vida humana)

Na antiguidade, pensadores como Platão e Aristóteles acreditavam que a vida humana iniciava a partir do 40º dia de gestação (para os homens) e a partir do 90º de gestação (para as mulheres), assim se houvesse pesquisas genéticas naquela época, não haveria a questão sobre ética, pois as pesquisas com células troncos é feito com “embriões” que ainda não atingiram nem uma semana de vida.

Esse marco para o inicio da vida humana foi aceito por pensadores como Santo Tomaz de Aquino e Santo Agostinho, e a tornam a visão oficia da igreja. E consequentemente de todo pensamento ocidental.

Em 1588 o Papa Sixto V irá condenar qualquer tipo de aborto, pois considerava que mesmo antes do 40º dia de gestação já havia um feto em desenvolvimento, e por ser gerado por um ser humano, o feto também era um ser humano e tinha direito a vida (inviolável). A desobediência a essa determinação era punida com excomunhão pela igreja.

No entanto o papa Gregório XIV (contemporâneo de Sixto V) irá liberar o aborto de fetos. Pois embora o feto seja um ser vivo ele ainda não teria uma alma (animada), portanto ainda não era um ser humano, e sua vida poderia ser subtraída.

A partir de 1869, o papa Pio IX irá condenar novamente qualquer tipo de aborto, pois considera o feto um ser humano com vida e alma humana. Isso ocorre principalmente pelo surgimento das primeiras descobertas de que antes de haver um feto, há um embrião, e que, esse embrião biologicamente tem todas as características de um ser humano adulto, portanto o embrião já é um ser humano e tem direito a vida (inviolável). Pio IX também tinha consciência de que, a vida da criança não surge no ventre da mãe; essa apenas a desenvolve. Isto porque, o espermatozóide e o Óvulo são organismos vivos e considerados partes de seres humanos, ou seja, a vida não se inicia com o embrião, o que há é a junção de dois organismos que já estão vivos (no pai e na mãe).

Essa é a visão que temos ainda nos dias atuais. O Papa Bento XVI assim que assumiu o pontifício declarou que condena qualquer tipo de aborto, em qualquer fase do desenvolvimento do feto/embrião. Pois para a igreja, o espermatozóide e o Óvulo são perpetuações da vida dos pais, portanto em qualquer estágio que se faça o aborto ou manipule seus genes, estaremos matando um ser vivo com direito a vida (inviolável).

Devemos lembrar que, como a igreja cristã tem grande influência no mundo ocidental essa visão acaba perpetuando no senso comum também, no entanto essa visão não é unânime, não é defendida por todas as religiões. Por exemplo, o Budismo e o Judaísmo permitem se faça abortos quando há riscos para a saúde da mãe.


Mesmo na comunidade científica não há um consenso onde começa a vida, pois do ponto de vista técnico a Vida está em todo organismo vivo, seja numa bactéria, numa única célula, num óvulo, numa ameba ou num elefante, ou seja, se não há problemas em manipularmos pequenos insetos, fungos, bactérias (que ajudam a melhorar a vida do homem, como por exemplo, o fungo responsável pela produção artificial de insulina, que permite salvar a vida de milhões de pessoas), porque haveria problemas em manipularmos genes humanos. Do ponto de vista técnico os dois (bactérias e órgão humano) são seres vivos.

Embora a discussão sobre as questões éticas das pesquisas com células troncos ainda não tenha alçado a maioria da população mundial (que é a quem se destina a pesquisa), alguns paises já liberaram as pesquisas com células troncos e clonagem humana (como Coréia do Sul, China, Cingapura) e outros embora não esteja liberado oficialmente, sabe-se que já estão realizando esse tipo de pesquisa (casos de Brasil, Estados Unidos, Europa).




QUESTÕES ÉTICAS ACERCA DAS PESQUISAS COM CÉLULAS TRONCOS:


- É ético manipular seres vivos, cruzar espécies, selecionar melhores genes?

- O homem, assim como todos os outros animais também é um ser vivo, no entanto o que garantiria ao homem um status de superior em relação aos demais animais, fazendo com que sua vida seja sagrada, ao ponto de ser inviolável? Por que não é ético manipular a Vida dos seres humanos?

- É ético tentar criar vida? E matá-la?

- O embrião/feto tem direito a vida? Segundo o código civil brasileiro só é possuidor de direitos civis o ser humano (que possui características de humanos) quem tenha manifestado vida, mesmo que por um instante breve. (mesmo que o feto morra no ventre e nasça morto). No entanto, o direito a Vida é um direito natural ou um direito civil? Sendo um direito natural, quem garante?

- Quando começa a vida dos seres vivos em geral, e a do ser humano?

- Se o objetivo das pesquisas com células troncos tem como objetivo salvar a vida de seres humanos, será ético continuar com esse tipo de pesquisas (gastando milhares de dólares), enquanto que milhares de pessoas morrem de fome todos os dias. Se o objetivo é salvar vidas, não estamos sendo contraditórios deixando milhares de pessoas morrerem de fome, enquanto gastamos dinheiro na esperança de que obteremos uma tecnologia para salvar pessoas?

- É natural aos seres humanos a seleção (escolha dos melhores), podemos ver isto em todos os momentos de nossa vida, seja na ciência, na política, na música, ou até mesmo com o namorado, sempre estamos buscando escolher e escolher o melhor. Considerando que seja possível fazer clones perfeitos (embora todas as pesquisas apontem o contrário), não correremos o risco de no futuro os seres clonados serem preteridos ao “normais”, o que poderia ocasionar um 4º Reich?

segunda-feira, 10 de março de 2008

Politíca - Alienação


Capaz de ameaçar o trabalho e a consciência humana desde seus primórdios, a alienação afeta principalmente o homem do mundo moderno, em que as relações sociais se tornam cada vez mais determinadas por seu aspecto mercantil ou econômico-financeiro.
Alienação é a condição psico-sociológica de perda da identidade individual ou coletiva decorrente de uma situação global de falta de autonomia. Encerra portanto uma dimensão objetiva -- a realidade alienante -- e a uma dimensão subjetiva -- o sentimento do sujeito privado de algo que lhe é próprio.
O conceito de alienação é comum a vários domínios do saber. Em psicologia e psiquiatria, fala-se de alienação para designar o estado mental da pessoa cuja ligação com o mundo circundante está enfraquecida. Em antropologia, a alienação é o estado de um povo forçado a abandonar seus valores culturais para assumir os do colonizador. Em sociologia e comunicação, discute-se a alienação que a publicidade e os meios de comunicação suscitam, dirigindo a vontade das massas, criando necessidades de consumo artificiais e desviando o interesse das pessoas para atividades passivas e não participativas.
Em filosofia política, fala-se de alienação para designar a condição do trabalhador que, à semelhança de uma peça de engrenagem, integra a estrutura de uma unidade de produção sem ter nenhum poder de decisão sobre sua própria atividade nem direitos sobre o que produz. Transcendendo o âmbito da produção, a alienação se estende às decisões políticas sobre o destino da sociedade, das quais as grandes massas permanecem alijadas, e mesmo ao âmbito das vontades individuais, orientadas pela publicidade e pelos meios de comunicação de massas.
Histórico

O conceito de alienação tem raízes no pensamento de Hegel e Karl Marx, mas cabe destacar uma importante observação complementar, a de Ludwig Feuerbach, mestre de Marx, para quem as formas paroxísticas da alienação humana seriam o êxtase e o arrebatamento religiosos.
Para Hegel, a alienação é um processo essencial pelo qual a consciência ainda ingênua, convencida de que a realidade do mundo é independente dela mesma, chega a tornar-se consciência de si. Essa transformação da consciência em consciência de si é descrita na Phänomenologie des Geistes (1807; Fenomenologia do espírito). Para Hegel, o concreto reside na unidade dos termos contraditórios que entram em confronto. Cada termo é a negação de seu próprio oposto, sendo o movimento interno do sujeito a "negação da negação". A luta desses opostos é mortal, pois o ser de cada um deles está no outro, que o desafia e nega. A posse de si mesmo fica assim condicionada à destruição do outro, que detém a verdade e o absoluto. Concebida nesses termos, a alienação é, portanto, além de profunda, necessariamente intrínseca e primordial: o ser de cada indivíduo não reside em si próprio e sim em seu oposto, no qual corre o risco de se diluir.
Para Marx, a alienação refere-se a uma situação resultante dos fatores materiais dominantes da sociedade, caracterizada por ele sobretudo no sistema capitalista, em que o trabalho humano se processa de modo a produzir coisas que imediatamente são separadas dos interesses e do alcance de quem a produziu, para se transformarem, indistintamente, em mercadorias.
Marx, situando o homem na raiz da história (o homem concreto, que define com o trabalho sua relação com seus semelhantes e com a natureza), inverte a dialética hegeliana. De acordo com a dialética de Marx, o processo de alienação leva o ser genérico do homem -- expresso pelo trabalho -- a converter-se em instrumento de sua sobrevivência, o que ocorre, primeiro, na relação do produtor com o produto e, em seguida, na relação do produtor com os consumidores do produto. A alienação transforma o operário em escravo de seu objeto, mas o processo não se detém aí, já que o trabalho é mercadoria que produz bens de consumo para outrem. Na verdade, ocorre a alienação do homem perante o próprio homem: ao produzir um bem que não lhe pertence, o homem propicia o jugo daquele que não produz sobre a produção e o produto, deixando assim que o outro, alheio à produção, se aproprie dela.
Dá-se assim a "reificação" ou coisificação social, ou seja, a conversão de todas as relações sociais em formas de mercadorias, que abrangeriam o próprio homem, desse modo já submerso na fantasmagoria das relações entre as coisas. Sintetizando-se o problema, a alienação seria ocasionada pela divisão de trabalho e, de outro lado, pela separação entre o trabalho e o produto dele resultante. Os reflexos alienatórios seriam inevitáveis tanto na filosofia como nas instituições políticas e sociais, na religião, na literatura e nas artes.
Filosofia Política Contemporânea

Pensadores marxistas, muitas vezes desligados das principais correntes da tradição materialista-dialética retomaram os conceitos de alienação e reificação. György Lukács, por exemplo, fala de um mundo cristalizado de coisas e relações "coisísticas", ressaltando que a forma de mercadoria assume uma universalidade objetiva e subjetiva-objetiva, o que significa que todos os objetos são avaliados e trocados como mercadorias. O fenômeno da alienação se estende da fábrica a todos os setores da sociedade.
Louis Althusser postula que a teoria da alienação implica uma retomada humanista e ideológica dos Manuscritos projetada na doutrina não-humanista do fetichismo de O capital. O brasileiro José Artur Gianotti fala mesmo no desaparecimento dos conceitos marxistas de mercadoria e de fetiche da mercadoria.
No existencialismo marxista de Sartre também está presente o conceito de alienação, assim como no pensamento de Herbert Marcuse, voltado principalmente para a alienação alimentada pelos meios de comunicação. Na linha de Marcuse, os demais pensadores da Escola de Frankfurt -- Walter Benjamin e Theodor Adorno principalmente -- tratam a questão da arte como produto industrial e do objeto de arte como mercadoria.
Atualmente, o que se entende como trabalho humano abstrato nada mais é do que o princípio real do processo efetivo da produção de quaisquer mercadorias. Nenhuma teoria pode modificar ou negar a situação básica produtora de alienação, inerente ao modo capitalista de produção, assim como o conceito de trabalho abstrato está indissoluvelmente ligado aos meios de produção desse sistema.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Sinopse filme - A Ilha

Galera esse é o resumo do filme A Ilha, em que trabalharemos as questões de ética. Clonagem, Transplante de orgãos. Onde começa a vida?

Boa sorte a todos.

Marcelino
Prof. Filosofia

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A Ilha (The Island)
Elenco: Ewan McGregor, Scarlett Johansson, Djimon Hounsou, Steve Buscemi, Michael Clarke Duncan.
Direção: Michael Bay
Gênero: Thriller de ação
Distribuidora: Warner Bros.
Estréia: 05 de Agosto de 2005
Sinopse: Lincoln Six-Echo (EWAN MCGREGOR) é um morador de um utópico porém rigorosamente controlado complexo em meados do século 21. Assim como todos os habitantes deste ambiente cuidadosamente controlado, Lincoln sonha em ser escolhido para ir para "A Ilha" – dita o único lugar descontaminado no planeta. Mas Lincoln logo descobre que tudo sobre sua existência é uma mentira. Ele e todos os outros habitantes do complexo são na verdade clones cujo único propósito é fornecer “partes sobressalentes” para seus humanos originais. Percebendo que é uma questão de tempo antes que seja “usado”, Lincoln faz uma fuga ousada com uma linda colega chamada Jordan Two-Delta (Scarlett Johansson). Perseguidos sem trégua pelas forças da sinistra instituição que uma vez os abrigou, Lincoln e Jordan entram em uma corrida por suas vidas e para literalmente conhecer seus criadores.
Crítica: Breve




A Ilha

O começo de A Ilha engana. Quando você acha que o filme será uma ficção científica modernosa e interessante, acontece uma reviravolta e o longa torna-se somente mais um filme dirigido por Michael Bay (Armageddon e Pearl Harbor) com suas explosões e mais explosões. E mais algumas.Num futuro não definido, Lincoln Six-Echo (Ewan McGregor) mora no último refúgio longe da contaminação que tomou conta da Terra. Não somente seus atos, mas também seus pensamentos são monitorados, assim como seus relacionamentos interpessoais – numa situação já descrita por George Orwell no livro 1984. Como todos os outros habitantes desse local, Lincoln espera ser um dos escolhidos para chegar à Ilha, o último ponto não contaminado no planeta. McCord (Steve Buscemi) é um amigo seu que lhe mostra alguns prazeres da vida anterior a esta – como a bebida alcoólica – e é durante uma visita a ele que Lincoln encontra um inseto. O fato faz com que pense se não há outros lugares sem contaminação. Nessa procura, o protagonista descobre que pode estar inserido numa grande mentira: a tão sonhada Ilha não existe. Na verdade, a contaminação do mundo também não e, acompanhado da bela Jordan Two-Delta (Scarlett Johansson) – que está prestes a ser mandada ao falso paraíso -, Lincoln foge da redoma onde foram criados. Com a ajuda de McCord, fogem do grupo de Albert Laurent (Djimon Hounsou, de Constantine) que, em nome do chefão Merrick (Sean Bean), quer impedir que a informação possuída pela dupla vaze.Os dois fazem parte de um grande projeto: são clones de “patrocinadores”, pessoas que os encomendam para terem órgãos na necessidade de um transplante. Os clones não passam de alguns quilos de carne preparada durante anos para o consumo de humanos que tenham dinheiro o suficiente. Durante todo o filme, há essa possibilidade dessa discussão pertinente à medida que a medicina avança. O vilão brinca de Deus e inventa um paraíso para seu rebanho. Os heróis, cujas mentes e memórias foram moldadas desde o momento em que vieram ao mundo, rebelam-se e contestam tudo que acreditaram.Cheio de conteúdo “aproveitável” e uma direção de arte futurista caprichadíssima, A Ilha acaba se perdendo ao exagerar exatamente naquilo que Michael Bay mais é especialista em fazer: filmes de ação. O roteiro, que começa tomando a direção de um Admirável Mundo Novo (livro escrito por Aldous Huxley), misturado a elementos de 1984, escorrega. Por isso, a impressão que fica no espectador é que são dois filmes. Enquanto os personagens correm, fogem e quase explodem, tudo parece ficar cada vez mais absurdo. Nem o fato de existirem clones para o transplante de órgãos é mais absurdo e impensável se comparado aos trancos e barrancos pelos quais passam o nosso casal de heróis.Além do argumento cheio de potencial, estamos lidando aqui com dois atores talentosos que apresentam uma boa química. Isso sem contar a trilha sonora, que não pára – inclusive, está aí um grande problema nas grandes produções recentes: parece que não se investe mais em efeitos sonoros para dar lugar às músicas, que não param durante o filme. Além de ser um desperdício artístico, A Ilha também desperdiçou dinheiro: custando US$ 122 milhões, faturou somente US$ 12 milhões no primeiro final de semana em cartaz nos EUA.

Referência: http://br.cinema.yahoo.com/filme/13014/critica/9065/ailha e
http://www.cinepop.com.br/filmes/ilha.htm

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Site Consciência.org


Galera ta ai mais uma dica de um site bom para pesquisas acadêmicas, principalmente em filosofia.O site, como o próprio nome diz, é para nos auxiliar a ter CONSCIÊNCIA. Então não perca tempo, da uma acessada.
http://www.consciencia.org/

Ética a Nicômaco - Aristóteles

Galera, é interessante que para o desenvolvimento da aula, seja feito a leitura do resumo da obra Ética a Nicômaco do filósofo grego Aristóteles. Como a obra é um pouco extensa, segue abaixo link de acesso ao resumo do livro.

http://www.consciencia.org/aristotelesjosemar.shtml

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

FIL POLÍTICA - CONTRATUALISTAS

A FILOSOFIA POLÍTICA CONTRATUALISTA.

O desenvolvimento das idéias acerca da origem do mundo e das coisas, advindas do distanciamento entre a produção do conhecimento e a moral católica, engendrou a procura por novas explicações acerca do surgimento da sociedade civil. Como surgiram as primeiras sociedades? Foram famílias que cresceram e formaram os primeiros agrupamentos humanos, que mais tarde deram origem às vilas e, posteriormente às cidades? E o Estado? Como surgiu? O Estado antecedeu a sociedade, ou a sociedade veio antes do Estado? Qual o fundamento que explica o surgimento do Estado e, conseqüentemente, por quê as pessoas devem obedecer às ordens emanadas no âmbito do Estado? Como poder-se-ia justificar e legitimar o poder do Estado sobre os indivíduos?
A doutrina contratualista procurou responder a algumas dessas perguntas. Apesar das divergências existentes entre cada autor contratualista, há um liame que "amarra" suas teorias, e que por fim, acaba por caracterizá-los como tal, como contratualistas.
Para os contratualistas, a sociedade antecedeu o Estado. Primeiramente, os indivíduos se uniram em grupos, que eram a princípio desorganizados do ponto de vista do poder político, e onde imperava, diante da ausência de uma autoridade geral e de regras de convivência, a lei do mais forte. Nesse momento, ao surgir um conflito de interesses entre dois ou mais indivíduos, satisfaria sua pretensão aquele que fosse forte o suficiente para subjugar os demais. A esse estágio, os contratualistas chamam de estado de natureza. Vive aí, o homem, em estado de absoluta natureza, em que predomina a força, e a violência é a única forma de solução de conflitos. O estado de natureza caracteriza-se pela insegurança, pela incerteza e pelo medo.
Os contratualistas pregavam que, em determinado momento, desejando os homens instaurar a segurança e a paz social, reuniram-se todos e celebraram um contrato, a que chamaram de contrato social, ou pacto social. Através desse contrato, todos concordaram em abrir mão de parte ou de toda sua liberdade, transferindo-a para um soberano, que teria por incumbência organizar a sociedade e manter a paz, solucionando os conflitos, diminuindo assim as desigualdades relacionadas à força física.
É a partir desse ponto que os autores começam a divergir: cada um acredita em uma forma de governo, e defende um projeto político, com as conseqüências advindas de sua eventual instauração. Dentre os contratualistas, três merecem destaque, embora não sejam os únicos autores importantes: Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.

5.1.Thomas Hobbes

Para Thomas Hobbes (1588-1679), o homem era naturalmente mau, mesquinho, invejoso e egoísta. Seu grande objetivo na vida era obter mais vantagens do que os outros.
Assim, segundo Hobbes, vivendo no estado de natureza, a humanidade tendia a viver sempre em conflito, guerras e disputas entre si. Dessa forma, seria difícil para o homem preservar seu bem maior – a vida, uma vez que, por exemplo, mesmo os mais fortes são vulneráveis quando dormem.
Para acabar com esse clima de "guerra eterna", os homens se reuniram e celebraram um pacto social, através do qual abdicavam de parte de sua liberdade, em favor do soberano, que passaria a ter plenos poderes para organizar a sociedade e dirimir os conflitos, impondo aos indivíduos a sua decisão.
Hobbes foi, dessa forma, um ferrenho defensor do absolutismo. Para ele, apenas dispondo de plenos poderes (já que fora o único a não participar do pacto), o soberano poderia manter a paz e a ordem na sociedade. Poderia, se julgasse necessário, matar, mentir, não manter a palavra empenhada, etc., sem dever quaisquer satisfações a quem quer que fosse.

5.2.John Locke

A importância de John Locke (1632-1704) para o desenvolvimento do pensamento político ocidental parece não ter, à primeira vista, tanto relevo. O que chama a atenção, em verdade, é o fato de Locke haver representado, talvez pela primeira vez, o ideal político de uma classe, naquele momento em franca ascensão no cenário político e econômico europeu: a burguesia.
Locke, avesso ao ideal político hobbesiano, foi o defensor por excelência da manutenção do poder político do Parlamento inglês, em contraposição ao absolutismo do rei.
À semelhança de Hobbes, Locke foi um contratualista. Este, porém, preconizava que o pacto social tinha por fim a proteção da propriedade privada pelo Estado.
Locke acreditava que cabia ao Estado proteger a propriedade privada, a ordem e a paz, e que, na medida em que não o estivesse fazendo a contento, seria perfeitamente possível e lícito desfazer o pacto, já que o mesmo não cumpria sua finalidade.
5.3.Jean-Jacques Rousseau

Rousseau (1712-1778) foi um iluminista. Seu pensamento influenciou toda a geração posterior de poetas, romancistas e contistas. Seu ideal político serviu de mote para a Revolução Francesa de 1789.
Rousseau também foi um contratualista. Porém, ao contrário de Hobbes, acreditava que o homem era essencialmente bom: vivendo no "estado de natureza", não era capaz de fazer o mal, exceto para se defender; sendo tudo acessível a todos, não havia motivo para disputas interpessoais.
Tudo começou a dar errado, segundo Rousseau, quando surgiu a propriedade privada. Sobre como isso se deu, afirma ele:
O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: "Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém!"
Portanto, para Rousseau, os homens seriam naturalmente bons, e seria a sociedade a lhes corromper. Para o iluminista suíço, o estado de natureza seria, portanto, melhor do que a sociedade civil. Não sendo, entretanto, possível voltar ao estado de natureza, busca desenvolver um sistema político que minore as diferenças entre os homens, criadas pela sociedade civil. Rousseau se referia, principalmente, ao falar em "diferenças", da propriedade privada, para ele, a mãe e rainha de todas as misérias humanas.
Os homens, assim, na concepção rousseauniana, firmaram um pacto, o contrato social, segundo o qual todos governariam juntos, em prol do bem comum. Rousseau pregava, portanto, que o Estado existia não para defender interesses particulares, e sim para defender a "vontade geral". Isso foi tão enfatizado por Rousseau, que ele chamou a vontade geral, ou seja, a opinião comum de todos os cidadãos de "soberano". Ao contrário de Hobbes, por exemplo, para quem soberano era o rei.

Bibliografia:
- ALMEIDA, Rodrigo Andrade de. Panorama histórico da filosofia política, da antigüidade ao período pós-revolucionário . Jus Navigandi, Teresina, a. 9, n. 835, 16 out. 2005. Disponível em: . Acesso em: 30 Out 2005.

AULA 3 - DOGMATISMO E CETICISMO

CETICISMO E DOGMATISMO EM FILOSOFIA

CETICISMO

O cético, no sentido comum, é aquele que desconfia de tudo, que não acredita nas possibilidades que estão à sua frente. Por exemplo: alguns alunos, no inicio do segundo semestre letivo, diante do seu mau desempenho escolar, tornam-se céticos com relação à possibilidade de aprovação e não se esforçam mais.
Em filosofia, dizemos ceticismo a corrente de pensamento que duvida de toda e qualquer possibilidade de se chegar ao conhecimento verdadeiro.
A Atitude cética é típica das épocas de crise, quando verdades estabelecidas são destruídas, sem que se tenham, ainda, propostos novos princípios sobre os quais fundamentar o conhecimento e as ações. Nesses momentos, coloca-se tudo em dúvida, examinam-se todas as certezas, opiniões e crenças, numa busca de solo seguro sobre o qual construí um novo saber.
O ceticismo, ainda, inspira a atitude crítica e questionadora da filosofia contemporânea, colocando questões sobre a relatividade do conhecimento e os limites da razão.

DOGMATISMO

No senso comum, o dogmático é a pessoa que acredita ter a posse da verdade e se recusa ao diálogo, não admitindo o questionamento de suas certezas. Encontramos essa atitude em muitas situações do cotidiano: desde governos a escolas e pais dogmáticos, que se recusam a colocar em discussão certas regras que, para eles, são as únicas verdadeiras e corretas.
Em filosofia, dogmatismo assume sentidos um pouco diferentes entre si, mas interligados. O primeiro sentido de dogmatismo é a admissão de que se pode conhecer as coisas em si e de que esse conhecimento é confiável para nos guiar na vida prática diária.
No segundo sentido, dogmatismo é a doutrina, ou atitude, que afirma, de modo absoluto, sermos capazes de chegar a verdades seguras exclusivamente por meio do uso da razão.

REFERÊNCIA

ARANHA, Maria L. A. MARTINS
, Maria H. P. Temas de filosofia. Ed. Moderna. São Paulo: 2005.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

AULA 2 - CARACTERÍSTICAS DO PENSAMENTO FILOSÓFICO

CARACTERÍSTICAS DO PENSAMENTO FILOSÓFICO

Ao contrário do estereótipo que afirma que o filósofo é um ser com a cabeça nas nuvens, sem nada conhecer da vida, a prática da reflexão filosófica nos coloca dentro da vida, não para aceitá-la como dado imutável, mas para revirá-la até encontrar seus sentidos mais profundos. O trabalho do filósofo é refletir sobre a realidade, qualquer que seja ela, descobrindo seus significados.
Como isso é feito?
Em primeiro lugar, vamos estabelecer o que é a reflexão. Refletir é pensar, considerar cuidadosamente o que já foi pensado. como um espelho que reflete a nossa imagem, a relfexão do filósofo deixa ver, revela, mostra, traduz os valores envolvidos nos acontecimento e nas ações humanas.
Para chegar a essa revelação, a reflexão filosófica, segundo Demerval Saviani, deve ser:
a) Radical, ou seja, ir até a raiz dos acontecimentos, aos seus fundamentos. à sua origem, não só cronológica, mas no sentido de encontrar os valores originais que possibilitaram o fato. A reflexão filosófica, portanto, é uma reflexão em profundidade.
b) Rigorosa, isto é, seguir um método adequado ao objeto em estudo, como todo o rigor, colocando em questão as respostas mais superficiais, comunas à sabedoria popular e a algumas generalizações científicas apressadas.
c) de Conjunto, pois, c omo ja foi dito, a filosofia não considera os problemas isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatos, fatores e valores que estão relacionados entre si. A reflexão filosófica contextualiza os problemas tanto verticalmente, dentro do desenvolvimento histórico, quanto horizontalmente, relacionando-os a outros aspectors da situação da época.
Por isso, embora os sistemas filosóficos possam chegar a conclusões diveras - dependendo das premissas de partida e da situação histórica dos próprios pensadores -, o processo do filosofar deverá sempre resultar em uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto.
Segundo Gilles Granger, filósofo francês, "resignar-se a seta condição plural do conhecimento filosófico não é, necessariamente, professar um relativismo. se o conhecimento filosófico é relativo, não é por ser o puro e simples reflexo de uma época ou de um temperamento, de toda forma. O conhecimento filosófico é, sob seus diferentes avatares, a interpretação da experiência de uma época, de um homem ou de um grupo, pois, como toda obra humana, historicamente marcado".
REFERÊNCIA: ARANHA, Maria L. A. MARTINS, Maria H. P. Temas de filosofia. Ed Moderna, São paulo: 2005

Aula 1 - Por que filosofia?



INTRODUÇÃO
A adolescência é um momento privilegiado da vida, pos é quando começamos a questionar regras, valores, comportamentos, crenças , idéias. É a etapa da vida em que escolhemos quem queremos ser, começamos a desenhar um projeto de futuro. Os modelos de comportamento de nossas familias, que seguimos durante a infância, ja não bastam. queremos experimentar outros modos de viver, de ser, de aparecer, Surgem as perguntas: quem sou? de onde vim? pra onde vou? o que desejo do futuro? Como realizar os meus sonhos?É nessa fase da vida que se dá, então, o inicio do processo de reflexão filosófica. Vamos conhecer algumas de suas caracteristicas e conceitos fundamentais, que vão enriquecer o debate que travamos internamente e com o mundo.
A TAREFA DA FILOSOFIA
A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. Ela não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é antes de mais nada, um mode de se colocar diante da realidade, procurando refletir sobre os acontecimentos a partir de certas posições teóricas. A filosofia é um jogo irreverente que parte do que existe, critica, coloca em duvida, faz perguntas importunas, abre a porta das possibilidades, faz-nos entrever outros mundos e outros modos de compreender a vida.A filosofia incomoda porque questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo. Questiona as práticas politicas, técnica, ética, economica, cultural.
O NASCIMENTO DA FILOSOFIA
A reflexão filosofica nasceu na Grécia no século VI a. C. com os filósofos que antecederam a Sócrates. A passagem da cibscuebcua nutuca e religiosa para a racional e filosófica não foi feita de um salto. Esses dois tiupos de consciencia coexistiram na sociedade grega, assim, como dentro de certos limites, coexistem na nossa.A filosofia grega é marcada pela cosmogonia, ou seja, o estudo do cosmos. Sobre a origem das coisas, da árché (principio de tudo).Assim, como exemplo temos Tales de Mileto que afirmava ser a água a origem de tudo. Heráclito dizia ser o fogo quem dava origem a tudo que existe. Demócrito dizia ser algo não definivel mas indívisivel, era o a-tomo (não divisivel), assim como o conceito comum que temos hoje em dia de átomos. Para Demócrito tudo era formado por átomos (particulas não divisiveis).
O PENSAMENTO FILOSÓFICO
Quando a filosofia surgiu, entre os gregos, no século VI a. C., ela englobava tanto a indagação filosófica propriamente dita quanto o que hoje chamamos de conhecimento científico. O filósofo teorizava sobre todas as coisas, por isso filósofos como Aristóteles possuem grande escritos sobre as diversas áreas do conhecimento: biologia, ética, movimentos dos corpos, física, lógica, etc...Com o auge do império romano, roma passa a ser o centro da atividade intelectual da época, incorporando cultura de outras regiões, como a grécia. Por isso até o século I, a filosofia romana tem como base e principios a filosofia grega.No entanto com o surgimento da religião cristã, que passa a dominar não somente o governo mas também a atividade cultural, intelectural, a filosofia inicia seu período medieval. Período marcado pela doutrina da religião cristã. Assim, como filósofos expoentes dessa época temos: Santos Agostinho, São Tomaz de Aquino, Santo Anselmo, entre outros. Ainda nesse período a filosofia era o conjunto total de todos os conhecimentos (cosmologico, ontologico).A ruptura da filosofia com as demais áreas do conhecimento irá ser realizar a partir do século XVI quando Descartes (filósofo francês) da inicio ao período moderno, a divisão do todo para se estudar as partes, ou seja, com isso passa a surgir as disciplinas de geografia, psicologia, matemática, física, etc...
Referência: ARANHA. Maria L. A. MARTINS. Maria H. P. Temas de filosofia. Ed. Moderna. São Paulo: 2005

domingo, 17 de fevereiro de 2008

coisa de louco

essa tal de tecnologia, nunca funciona quando precisamos

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Inicio da jornada

Inicia mais uma jornada, pessoal, profissional, filosofal.
Palavras disperças que possam contribuir em algo ou não.
Mas que seja um elo de comunicação.

Abraços aos loucos que embarcarem nessa.

Marcelino