terça-feira, 25 de março de 2008

BIOÉTICA - TRANSGÊNICOS

TRANSGÊNICOS SÃO DO BEM. TRANSGÊNICOS SÃO DO MAL

Trans = Modificados
Gênicos = genes

- Embora a primeira vista o fato de cientistas estarem manipulando, alterando e selecionando plantas "melhores" possa parecer algo assustador, isso se deve ao fato de não entendermos ainda a história da ciência e do homem.
O homem sempre buscou selecionar dentre as plantas aquelas melhores em relação as demais. Podemos constatar isso desde as primeiras tribos humanóides, onde era feito a seleção dos grãos mais sãs para serem plantados. Escolhia-se dentre os grãos disponíveis aqueles que apresentavam características visuais melhores (sem manchas, lisas, plantação com antecedente produtivo, resistente a ervas daninhas, etc). que as demais.
No século XIX o Monge Mendel (1822-1884) vai dar inicio a genética moderna, a partir do famoso experimento com ervilhas, onde buscava-se uma ervilha que fosse mais resistente e mais produtiva.
Com o avanço da ciência genética em meados do século XX (principalmente após a descoberta do DNA em 1953), os cientista buscaram selecionar/alterar as plantas em laboratório, diferentemente do que ocorria até então, quando a seleção não envolvia processos químicos, alteração de genes. Portanto a seleção genética não é algo moderno, o que há de moderno é que agora utiliza-se novas técnicas (manipulação genética) nunca antes usadas e por isso nunca pensada de forma filosófica.

OBJETIVOS DOS TRANSGÊNICOS: 1ª Geração: Melhoramento de plantas (principalmente grãos: soja, milho, arroz, feijão, etc) com o objetivo de conseguir plantas que resistam mais a pragas e tenha boa produtividade (quantidade plantada x quantidade colhida).
2ª e 3ª Geração: Produção de remédios através da alteração genética das plantas (aumentar a produção de vitaminas nas plantas, inserir outras que não fazem parte de sua carga genética, ex.: soja com hormônio do crescimento [atualmente produzido pela Embrapa]).

A produção de alimentos transgênicos ganha impulso a partir de 1990, quando os produtores passam a plantar sementes geneticamente modificadas (algodão, arroz, batata, tomate, etc.). Um exemplo muito interessante é o do tomate Flaur Sour que possui maior resistência a pragas, bactérias, fungos, e demora-se muito mais tempo para apodrecer.

Segundo defendem os cientistas, com a produção de alimentos transgênicos obteremos vários benefícios, como diminuir o número de doenças presentes nas pessoas, além de ACABAR COM A FOME MUNDIAL, uma vez que, será possível produzir muito mais alimento do que atualmente é produzido.

PROBLEMAS DOS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

A principio a produção de alimentos transgênicos visa trazer benefícios, no entanto esses benefícios ainda não estão bastante definidos, e não compensam os malefícios.
1º Problema: INDUSTRIAS CAPITALISTAS: Grandes empresas como Monsanto, Bünge e Bayer, maiores produtores de grãos do mundo, e que, atualmente trabalham com produtos transgênicos, não visam apenas o melhoramento da safra, da planta, mas vão além, buscam alterar os grãos de forma que, possa garantir o consumo cada vez mais constante do produto. Ex.: Não basta produzir um bom chocolate, é preciso que o cacau seja alterado modificado geneticamente de forma que possa viciar as pessoas a querem comer mais chocolate, assim pensam as grandes empresas. No caso da Bayer (produtora de medicamentos), há interesse que os alimentos de certa forma tragam malefícios a população, pois a empresa sobrevive da venda de medicamentos, e uma vez não havendo doentes, também não haverá lucro para as empresas.
Segundo dados da autora, nos Estados Unidos as chances de se comer um produto geneticamente modificado é de 100%, no Brasil isso gira em torno de 40%. Ou seja, a possibilidade de estar consumindo um produto transgênico que tenham proveniência dessas empresas é muito grande.
No site do Greenpeace.org.br há a lista de produtos que são vendidos no Brasil que são feitos a partir de plantas transgênicas, e que, advêm das grandes multinacionais (como Bünge e Monsanto).
Embora desde 2005 (com a aprovação da lei de Biosegurança) o governo exija que os alimentos transgênicos sejam identificados, na prática isso não ocorre. Isto porque, essas grandes empresas não são produtores finais dos produtos, por isso não tem a obrigação de identificar o produto (enlatado). Ja a empresa que produz o enlatado não planta a matéria prima, por isso também não pode garantir a origem do produto, ou seja, nesse jogo de empurra empurra o povo continua ingerindo produtos que nem sempre fazer bem a saúde.
2º Problema: CONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA: Na primeira geração de transgênicos busca-se cultivar plantas que sejam mais resistentes a pragas, ervas daninhas, bactérias e fungos, no entanto após a primeira safra de transgênicos, as pragas mais fracas terão morrido, no entanto as mais fortes sobreviverão. Na segunda safra, as pragas já terão se reproduzido, tornando-se mais potente na destruição da planta, conseqüentemente morrem menos. Isso aumenta com o passar das safras, até o ponto que teremos uma raça de super pragas e as alterações genéticas já não serão suficiente, o que exige outra manipulação e ingestão de alterações mais eficazes contra as pragas. Ou seja, com isso o problema não é resolvido, ao contrário, temos cada vez mais plantas mais alteradas geneticamente e super pragas nas lavouras.
O problema de se ter plantas com muitas alterações genéticas, é que, pequenos insetos, aves, etc. pegam o pólen dessas plantas e carregam para outros tipos de plantas, e ainda não se sabe quais os efeitos que um gene modificado numa soja pode ocasionar numa plantação de arroz. Além disso, há o perigo de se matar mais insetos ou outros animais que não estavam na lista “negra”, exemplo do milho Bt que foi alterado geneticamente para resistir a lagartas, no entanto borboletas entraram em contato com a plantação e também morreram, ou seja, ouve todo um desequilíbrio da cadeia alimentar por causa da manipulação genética da planta.
3º Problema: RECPÇÃO PELOS HUMANOS: Não se sabe com exatidão de que forma o nosso corpo recepciona os genes modificados geneticamente, os estudam ainda não conseguem comprovar que nossa estrutura genética também não é afetada pelos genes trans. Portanto, pode ocorrer que ao invés de curar doenças o alimento cause outras doenças genéticas que a pessoa não tinha.
Portanto, diante desse quadro a única conclusão que podemos chegar é: Ainda é muito cedo para dizermos com certeza se os alimentos transgênicos são do bem ou são do mal. No entanto, será que as pessoas comeriam batatas de lanchonetes famosas, chocolates que se pede mais se soubesse a que ponto estão as pesquisas com transgênicos.
Referência Bibliográfica
CARDOSO, Fatima. Transgênicos são do bem. Transgênicos são do mal. Ed. Terceiro Nome, Ed. Mostarda. São Paulo: 2005
ATIVIDADE:
Escolha uma das posições abaixo e justifique sua escolha.

1) A ciência deve estar a serviço do bem comum, portanto, é a sociedade que deve ditar ou determinar os caminhos que a ciência deve percorrer.
2)Na busca de resultados, os cientistas devem ser livres de impedimento morais, religiosos e políticos para fazer qualquer experiência, utilizando-se de qualquer método, pois com entraves morais não há avanço científico.

3 comentários:

Unknown disse...

O Marcelino tudo de bom cara!!! Gostei do texto...
Amilton Filosofia Uel

Diana disse...

Muito obrigada

Unknown disse...

Me ajudou muito em um trabalho de filosofia Muito obrigado, o texto é muito booooom.